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Evolução dos aviões: entenda as mudanças ao longo da história

Escrito por  Sergio Duarte
em 30 de setembro de 2019

Evolução dos aviões: entenda as mudanças ao longo da história

A evolução dos aviões pode começar a ser contada sabendo que desde os primeiros registros da humanidade, existe o fascínio que o homem tem pelos céus.

Antes de mais nada, pode-se dizer que desejo de voar é quase tão antigo quanto algumas religiões. Assim também é possível citar diversos mitos e lendas sobre homens que realizaram tal façanha. Mas o que nossos ancestrais mal podiam imaginar é que um dia dominaríamos os céus. Desde sua invenção, a evolução dos aviões é notável.

O famoso 14-bis, invenção do brasileiro Santos Dumont, fez um voo de apenas 220 metros, que durou 21,5 segundos, mas esses valores bateram os recordes da época. Novamente, difícil de acreditar que viajaríamos longas distâncias com aviões cada vez mais velozes e eficientes.

evolução dos aviões

Quais foram as mudanças mais significativas dos aviões ao longo da história? Separamos algumas informações importantes sobre este assunto. Continue lendo para conferir!

A evolução dos motores ao longo do tempo

O primeiro estudo da aviação que se tem conhecimento data de 1716, no qual Emanuel Swedenborg fez um rascunho de uma “máquina para voar”, que era composta de uma fuselagem e asas que se movimentariam no eixo horizontal da aeronave.

Posteriormente em 1799, o inventor francês George Caley desenhou um planador que se parece muito com os aviões de hoje em dia, tendo uma cauda para controle e asas fixas. Muitas leis aerodinâmicas foram deduzidas a partir de seu protótipo.

A partir disso, outros cientistas e entusiastas passaram a pesquisar e desenvolver projetos de aviação, muitos deles sem grande sucesso — o maior problema era como criar o empuxo necessário para gerar a sustentação.

A primeira patente de um avião equipado com motor é de 1843, mas o primeiro voo de sucesso, sem o auxílio de meios externos para a decolagem — como catapultas —, foi o realizado por Santos Dumont, em 1906.

A evolução dos motores utilizados em aviões ocorreu paralelamente à sua própria invenção. As primeiras máquinas a vapor foram criadas no início do século XVIII, no que conhecemos como Revolução Industrial. Tivemos grandes nomes nessa área, como Thomas Savery, Thomas Newcomen e James Watt.

O inventor George Caley, que acabamos de citar, sugeriu, em 1820, que a expansão de granulados e líquidos inflamáveis deveria transmitir força a um êmbolo. Na mesma década, mais especificamente em 1824, o termo “turbina” apareceu pela primeira vez na literatura.

Alguns anos depois, em 1837, foi inventada uma roda de fan, que deslocava o ar pressurizado para uma câmara de combustão, onde era misturado com combustíveis. Os gases resultantes eram dirigidos para a turbina.

Esse é basicamente o princípio dos motores à reação utilizados em aeronaves a jato da atualidade. Obviamente, a tecnologia evoluiu muito desde aquele tempo. O maior motor à reação é o GE90-115B, da General Electric, que equipa as asas do Boeing 777. Motores como esse são capazes de sugar mais de 2 milhões de pés cúbicos de ar por minuto e custam cerca de 24 milhões de dólares.

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A influência das guerras na Engenharia Aeronáutica

As guerras são sempre um período de muito progresso na ciência e tecnologia. Os envolvidos precisam se equipar justamente para vencer a disputa. É exatamente por isso que as guerras foram fundamentais na evolução dos aviões.

Tão logo após a invenção, os aviões já começaram a ser empregados para fins militares. Já na Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), é possível notar os avanços tecnológicos. No começo da guerra, as aeronaves só tinham espaço para uma pessoa mas no fim, as aeronaves transportavam, além do piloto, um atirador.

A aerodinâmica dos aviões, tal como seus motores, também teve um desenvolvimento acelerado nessa época. As primeiras aeronaves não ultrapassavam a marca de 110 km/h. Já ao final da guerra, as velocidades chegavam a até 230 km/h.

O período entre guerras (1918 – 1939) é chamado de “Era de Ouro da Aviação”. Foi nessa época que as primeiras linhas aéreas começaram a operar. A aviação foi incentivada de diversas maneiras. Prêmios eram oferecidos a aviadores que conseguissem bater recordes de velocidade e distância.

Na década de 30, os hidroplanos passaram a ser utilizados para viagens transoceânicas. Na mesma época, foi criado o piloto automático, tecnologia que, com certeza, revolucionou a aviação. Como os aviões começaram a alcançar altitudes cada vez maiores, houve a necessidade de se criar cabines pressurizadas.

A Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) foi outro período importante para a evolução dos aviões. Caças cada vez mais velozes eram desenvolvidos e aviões capazes de transportar cada vez mais carga, como os bombardeiros, foram projetados. O primeiro caça a jato — o Messerschmitt Me 262 — foi introduzido às operações no fim da guerra.

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Os avanços da aviação comercial

Em 1914, um voo de 23 minutos que levava apenas um passageiro criou a aviação comercial. Mais de cem anos depois vemos que esse setor é um dos pilares da globalização, transportando mais de 8 milhões de passageiros diariamente.

A necessidade desse setor é clara: transportar mais passageiros de maneira eficiente. O Junkers F13, avião fabricado na Alemanha em 1919, marcou a história da aviação comercial, mesmo sendo capaz de transportar apenas quatro passageiros.

Em 1921, o biplano Handley Page Type W, com capacidade para 15 passageiros, foi o primeiro a ter um banheiro e serviço de bordo. Logo após, muitas outras aeronaves foram desenvolvidas, com capacidade para cada vez mais passageiros. Já em 1958, a Boeing criou o primeiro grande jato comercial, o Boeing 707. Essa aeronave é um marco que ensinou a empresa a criar aviões cada vez maiores e mais eficientes.

O jato mais popular do mundo é o Boeing 737, com mais de 10 mil unidades produzidas, que tem capacidade entre 85 e 180 passageiros. Dessa forma não poderíamos deixar também de citar o maior avião de passageiros do mundo, o Airbus A380. Dependendo do layout, ele pode chegar a transportar 800 passageiros. Santos Dumont não deve ter imaginado isso nem em seus sonhos mais mirabolantes!

Os materiais utilizados na indústria aeronáutica

Não poderíamos encerrar este texto sem falar um pouco sobre a evolução dos materiais utilizados na construção das aeronaves.

As primeiras aeronaves eram feitas principalmente de madeira e foi na Era de Ouro que os primeiros metais começaram a ser aplicados nos projetos. O alumínio começou a ser utilizado — e ainda é amplamente empregado em aeronaves mais modernas — além de alguns tipos de aço e ligas de magnésio, níquel e titânio.

Ainda na década de 60, os primeiros materiais compósitos foram empregados. Fibras de vidro, carbono e tecidos de Kevlar são extremamente leves e resistentes, além de proporcionarem um design extremamente aerodinâmico.

Os materiais compósitos também são mais duráveis, pois não sofrem com a corrosão. Por apresentarem uma ótima relação de resistência-peso, eles já fazem parte da maioria das aeronaves. É definitivamente uma tendência que veio para ficar.

A evolução dos aviões ocorre diariamente e a tecnologia se desenvolve exponencialmente. A Engenharia Aeronáutica é uma área relativamente nova. Dessa forma ainda há muito para se desenvolver. Assim o cenário da aviação deve mudar no futuro e é muito importante ficar antenado em todas as novidades.

E aí, gostou de saber um pouquinho sobre a história da aviação? Compartilhe este texto nas suas redes sociais para que mais pessoas fiquem sabendo!

 

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