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Existem várias categorias de regulamentação para o projeto de uma aeronave, dentre elas, Aeronaves Leves Esportivas (Light Sport Aircraft – LSA, na sigla em inglês). Nesse post vamos tratar sobre o regulamento dessa categoria, bem como o o futuro da aviação LSA.
Em 2015, somente nos Estados Unidos, a venda de aeronaves LSA superou a venda de aeronaves certificadas Parte 23 monomotoras em 3 para 1. Na última década, muito se tem conversado com o FAA (Federal Aviation Administration) sobre reescrever o CFR Part 23 para simplificar o processo de certificação dessa categoria.
Olhando para trás, nos anos 1970 e 1980, os “asa deltas” deram espaço para os “ultraleves” no final da década de 1980 e início dos anos 1990. Isso se tornou o pavimento para que conhecemos hoje na aviação leve esportiva.
Dentro da ASTM (American Society for Testing and Materials), existe o Comitê F37, designado para tratar questões relacionadas ao projeto, testes de qualidade e monitoramento de segurança das aeronaves leves esportivas.
Segundo as definições do próprio Comitê F37, a categoria LSA possui duas “sub-categorias”: aeronaves de esportes leves especiais, usadas para treinamento pessoal, ou aluguel e kit de aeronaves experimentais leves (qualquer nível de kit de zero a 95% pré-construído).
Uma aeronave LSA tem as seguintes limitações de projeto:
Vocês já pensaram nos detalhes do processo de certificação de uma aeronave, no processo para se projetar uma aeronave? Então recomendo a leitura do nosso outro post: “O Que é Necessário Para Projetar uma Aeronave?“.
Aeronaves certificadas Parte 23, Parte 25, Parte 27 e Parte 29, possuem certos níveis de requisitos que demandam altos investimentos e um nível de complexidade de projeto consideravelmente maior. Já aeronaves certificadas LSA, aprovadas segundo requisitos mais simplificados (mas não menos seguros), abrem a oportunidade para que mais aeronaves leves sejam projetadas e mais pessoas tenham acesso ao mundo da aviação.
Abaixo, um fluxograma retirado do documento F2245-16C (Standard Specification for Design and Performance of a Light Sport Airplane). Vale aqui uma dica: sua instituição pode solicitar o acesso gratuito para as normas e regulamentos da ASTM.
É importante listar algumas das vantagens e desvantagens dessa categoria. Digo isso pois nem tudo são flores. De fato, a regulamentação LSA permite que mais aeronaves entrem no mercado de maneira segura, seguindo normas de projeto, fabricação e aeronavegabilidade. Entretanto, o mesmo que torna o segmento mais acessível e simples, restringe alguns outros detalhes.
Não está claro qual o rumo da categoria LSA. A mesma tem servido de plataforma de aprendizado para diversos fabricantes de equipamentos, onde os mesmos obtém experiência com seus produtos e eventualmente conseguem certificar os mesmos para outras categorias mais complexas de certificação.
Imagino que tenhamos muito ainda a aprender e ensinar. Afinal o regulamento apresentado pela ASTM tem sofrido constantes revisões para incluir novas ideias e novas tecnologias: desde a utilização de paraquedas balísticos até unidades motopropulsoras elétricas. Não é difícil encontrar aeronaves já com certificação ASTM que possuem essas tecnologias.
Abaixo, a título de exemplo, um projeto desenvolvido na minha graduação: um LSA elétrico!
Desde já informo a vocês que fiquem ligados no nosso portal. Em breve falaremos sobre aeronaves elétricas! Você aprenderá detalhes dessa nova tecnologia aqui com a gente! Aproveite também para ler sobre a maior corrida aérea do mundo!
Boa leitura e até a próxima!
Sergio Duarte
Co-Fundador do Portal Engenharia Aeronáutica