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Aviões e Helicópteros: 2 diferenças estruturais entre eles que você precisa entender

Escrito por  Gustavo Moreira
em 30 de setembro de 2019

Aviões e Helicópteros: 2 diferenças estruturais entre eles que você precisa entender

Você conhece as diferenças estruturais entre avião e helicóptero? O princípio aerodinâmico de ambos é bastante diferente, o que, consequentemente, leva a diferenças significativas entre suas estruturas. Quer saber mais? Continue a leitura e fique por dentro do assunto!

Avião x Helicóptero: o que faz cada um voar

O que faz uma aeronave voar, seja ela de asa fixa (aviões) ou de asa rotativa (helicópteros) é a sustentação gerada pelo ar passando sob as asas. Nos aviões, isso ocorre pelo deslocamento do ar pelas asas quando ele ganha velocidade. É exatamente por isso que ele precisa correr pista para decolar.

aviões e helicópteros

Já nos helicópteros é a rotação das pás que gera a sustentação. O princípio é exatamente o mesmo do avião. Porém, ao invés do ar passar pelas pás durante o movimento da aeronave como um todo, o rotor faz o trabalho, permitindo assim, decolagens e pousos verticais.

Diferenças estruturais entre avião e helicóptero

1.     Ciclos para a fadiga

A fadiga é uma das principais causas das falhas mecânicas. É dada pela ruptura progressiva dos materiais que estão sujeitos a ciclos repetidos de tensão. Em aviões, as maiores tensões ocorrem durante o ciclo de procedimentos de pouso e decolagem (conhecido também como G-A-G, do inglês Ground-Air-Ground). Em voo, os ciclos de carga são consideravelmente menores.

Já em helicópteros, os ciclos de maior tensão ocorrem justamente durante o voo, a cada revolução do rotor. Para se ter uma noção, um número típico de ciclos para a fadiga de um avião é em torno de 200 mil. Um helicóptero atinge isso em menos de 10 horas de uso. No rotor principal, e em cerca de 2 horas para o rotor da cauda.

Logo, tanto a escolha de materiais, quanto a manutenção devem levar isso em consideração. Critérios como o de falha segura, que considera a ocorrência de trincas por fadiga sem o colapso da estrutura, e de tolerância ao dano, que dimensiona uma estrutura na qual as trincas não cresçam, são essenciais para o projeto.

2.     Componentes mais solicitados

Visto que o princípio aerodinâmico para cada tipo de aeronave é diferente, é de se esperar que os componentes mais solicitados também sejam diferentes em cada um deles. Nos aviões, por exemplo, podemos citar como componentes bastante solicitados a asa e o trem de pouso.

Já em nos helicópteros, as estruturas mais críticas são os rotores, pilones e áreas da fuselagem a que estão fixados, pois além das forças de sustentação, são áreas que sofrem com muitas vibrações.

As cargas no trem de pouso também são diferentes para os dois tipos de aeronave. Como dissemos, os aviões correm pista para decolar e pousar, ou seja, existem cargas verticais e horizontais atuando nos sistemas de aterrissagem.

Nos helicópteros, as forças horizontais durante o pouso são praticamente inexistentes. Dessa forma, mesmo para helicópteros com rodas, em que é feito o taxiamento, as forças horizontais atuantes são bem menores quando comparadas a um avião de mesmo porte.

Dadas essas diferenças, a certificação para avião e helicóptero também é diferente. A norma internacional para ambas é dada pela Federal Aviation Regulations (FAR), sendo as subpartes 23 e 25 destinada a aviões e as subpartes 27 e 29 para helicópteros.

As diferenças estruturais entre avião e helicóptero são só a ponta do iceberg. Os projetos de helicópteros são bem complexos, mas a aplicabilidade desse tipo de aeronave é extremamente grande. Para aviões, o grande desafio está na eficiência: no futuro esperamos ver aviões mais velozes, econômicos e seguros!

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