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Combate à Incêndio: as mais famosas aeronaves, os Bombeiros do Ar

Escrito por  Sergio Duarte
em 09 de outubro de 2023

Combate à Incêndio: as mais famosas aeronaves, os Bombeiros do Ar

Combate a incêndio: seja ele por meio aéreo é o uso de aeronaves e outros recursos aéreos para combater incêndios florestais. Os tipos de aeronaves utilizados incluem aeronaves de asa fixa e helicópteros. Bombeiros saltadores também são classificados como bombeiros aéreos, entregues ao fogo por paraquedas de uma variedade de aeronaves de asa fixa ou por meio de rapel de helicópteros. Os produtos químicos usados para combater incêndios podem incluir água, agentes de aumento de água, como espumas e géis.

A lista a seguir apresenta os 10 maiores aviões de combate a incêndio, com capacidade listada por ordem crescente. Vale ressaltar que foram considerados apenas aqueles aviões fabricados ou modificados com o intuito de serem utilizados no combate a incêndios florestais. Não foram incluídos os sistemas modulares de combate a incêndio, compostos por tanques equipados com sistemas de dispersão que podem ser instalados em grandes aeronaves cargueiras como o C-130 Hércules, IL-76 e futuramente o KC-390, sem a necessidade de modificações adicionais.

#10. Air Tractor AT-802 – Tamanduá

bombeiros do ar

AT-802F combate incêndio na Espanha | Foto: Air Tractor

O Air Tractor é uma aeronave monomotor altamente versátil e popular no combate a incêndios florestais. Com diversas opções de configuração, como motor radial ou turboélice, com um ou dois assentos e em modelos tradicionais ou anfíbios, o Air Tractor foi originalmente projetado para fins agrícolas, sendo conhecido como o “Trator dos Ares”.

No entanto, sua grande capacidade de armazenamento de líquidos o tornou atraente para o mercado de combate a incêndios florestais, sendo atualmente uma das aeronaves mais utilizadas nessa atividade. No Brasil, o Air Tractor é amplamente utilizado por diversos Corpos de Bombeiros e recebeu o apelido carinhoso de “Tamanduá”, devido à semelhança do nariz da aeronave com o mamífero que habita o cerrado brasileiro, uma região que é frequentemente afetada por incêndios florestais.

Tamanduá tem velocidade máxima de 192 nós (355 km/h), podendo levar até 3.104 litros de água ou retardante, sendo reabastecido e voltando ao combate em apenas três minutos.

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Versão anfíbio do Air Tractor pode se auto-reabastecer em lagos. Foto: FireBoss

#9. Canadair CL-215/415 – Scooper

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CL-415 em ação na Itália.

Os Canadair CL-215 e CL-415, também conhecidos como Scooper e SuperScooper, respectivamente, são provavelmente os aviões de combate a incêndios mais icônicos de todos os tempos.

Essas aeronaves foram especialmente projetadas para combater incêndios em áreas remotas, algo comum no Canadá, país onde foram desenvolvidas. O Canadair CL-215 entrou em operação na década de 1970, ainda com motores radiais Pratt & Whitney R-2800.

Na década de 1990, a versão aprimorada CL-415 foi lançada, apresentando novos motores turboélices, aerodinâmica melhorada e cockpit digital. O Canadair CL-215/415 é capaz de transportar até 5.345 litros de água e atingir uma velocidade máxima de 180 nós (333 km/h).

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CL-215 é anfíbio e pode usar água de lagos. | Foto: Gonzalo Fernández

#8 Antonov An-32P – FireKiller

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Versão é modificada de fábrica. | Foto: Antonov

No ano de 1995, a fabricante ucraniana Antonov lançou no mercado uma versão do icônico Antonov An-32 voltada para combate a incêndios.

Este avião é capaz de operar em pistas de terra e transportar equipamentos, mesmo quando está carregado com água ou agentes retardantes. É amplamente utilizado na Europa e pode ser facilmente convertido em um avião cargueiro em poucas horas. O Antonov An-32 de combate a incêndios tem uma capacidade impressionante de 7.570 litros e pode atingir uma velocidade máxima de 286 nós (cerca de 530 km/h).

#7 Bombardier Q400-MR 

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Q400 MR da Defesa Civil francesa | Foto: RedSkin83

Embora ainda não esteja em operação no Brasil, o Bombardier Q400 é um renomado avião regional e um concorrente direto do ATR-72.

Seguindo a tradição da extinta Canadair, a Bombardier desenvolveu uma versão de combate a incêndio da família Dash 8. Inicialmente, foram entregues duas unidades para a Defesa Civil da França, e posteriormente, a Conair também adquiriu modelos turboélice, tornando-se um dos aviões mais modernos para combate a incêndios.

Bombardier em ação na Europa, operado pela Conair. | Foto: Divulgação.

O Q400-MR leva até 10.000 litros de água ou agente retardante, e tem uma velocidade máxima de 370 nós (425 km/h).

#6 Lockheed P3 Orion / L-188 Electra

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P-3 da falida AeroUnion. | Foto: Alan Akradecki

O P-3 Orion é conhecido por suas versões anti-submarino e caça-furacões, mas também é usado para combater incêndios florestais em sua versão militar do Electra.

Por anos, a AeroUnion operou o P-3 na luta contra incêndios, até que a empresa fechou após um escândalo com o departamento de florestas americano.

Graças a uma campanha de doações, o avião voltou a operar quando a Buffalo Airways adquiriu duas unidades do P-3 e do Electra para combate aéreo a incêndios. A Buffalo Airways é famosa pela série de TV Pilotos no Gelo. O lendário Orion leva até 11 mil litros de retardante ou água.

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#5 Bae-146 / Avro RJ85 – Jumbolino

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Bae-146 da Neptune Aviation. | Foto: Divulgação

O Bae-146, também conhecido como Avro RJ85, é o menor quadrimotor a jato do mundo e é altamente valorizado no combate a incêndios, apesar de seu tamanho relativamente pequeno. Com seus quatro motores, oferece uma sensação de segurança aos operadores que enfrentam ar turbulento e poluído durante as missões. Além disso, sua capacidade de operar em pistas curtas é uma vantagem importante.

O apelido “jumbolino” é uma referência aos seus quatro motores e sua fuselagem “gorda”, que se assemelha ao estilo do Boeing 747, conhecido como o “jumbo”. O Bae-146/Avro RJ85 pode transportar até 11.355 litros de água e tem uma velocidade máxima de 486 nós (900 km/h).

Bae-146 em ação no Chile | Foto: Divulgação – Neptune Aviation.

#4 Beriev Be-200 Altair

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Foto: Dmitriy Pichugin

A aeronave anfíbia Beriev é altamente versátil e pode ser usada para várias finalidades, como transporte de carga, combate a incêndios, missões de busca e salvamento e transporte de passageiros, sendo muito popular no Mar Cáspio e Mar Negro. Embora pareça um ecranoplano, o Be-200 também pode operar em pistas regulares.

O avião é uma evolução do Beriev A-40 e tem uma capacidade de carga de até 12 mil litros de água, além de atingir uma velocidade máxima de 302 nós (560 km/h).

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Beriev B-200 recarregando seus tanques no Mediterrâneo.

#3 McDonnell Douglas MD-87 / Douglas DC-9  – MadDog

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Dois dos três MD-87 de combate a incêndio em operação. Foto: AeroCapture Images™ | Jansma Design LLC

Em 2014, a Erickson Aero Tanker optou por converter um MD-87 (DC-9) para uso em combate a incêndio.

Essa escolha se deu em razão da grande disponibilidade dessas aeronaves no mercado, uma vez que as companhias aéreas americanas estavam começando a descartar os MadDogs, que por décadas foram a espinha dorsal da aviação doméstica americana.

Dois anos depois, em 2016, a frota foi ampliada com mais duas aeronaves. Os MD-87 possuem tanque interno e a liberação do agente químico ou da água é feita por gravidade. Essas aeronaves já pertenceram anteriormente à JAL, Iberia e SAS.

O MadDog utilizado para combate a incêndios tem capacidade para transportar até 15 mil litros de agente químico ou água e pode atingir uma velocidade máxima de 437 nós (811 km/h).

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MD-87 em ação na Califórnia. | Foto: Randy Johanson

#2 McDonnell Douglas DC-10 Tanker

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Os três DC-10 Tankers alinhados na Base Aérea de McClellan. | Foto: Ed Morell – Divulgação

Em 2006, o primeiro trijato de combate a incêndio, o DC-10, decolou pela primeira vez pela 10 Tanker Air Carrier. A aeronave foi anteriormente operada por companhias como National Airlines, Pan Am, American Airlines, Hawaiian Airlines e Omni Air.

Mais tarde, a 10 Tanker converteu mais dois DC-10. O 910, com a cauda pintada de vermelho, está em operação contínua na Austrália, enquanto o 911 está em manutenção e o 912 está aguardando acionamento na Califórnia.

O clássico DC-10 pode carregar mais de 45 mil litros de retardante e tem uma velocidade de cruzeiro de 521 nós (965 km/h).

#1 Boeing 747-400 – Global SuperTanker

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747 retorna após missão no Chile. | Foto: Aeroin – Kenneth Brown

O avião SuperTanker é um verdadeiro herói no combate a incêndios florestais e ocupa o primeiro lugar na nossa lista. A empresa responsável por essa maravilha é a Global SuperTanker, fundada por ex-funcionários da Evergreen International, que foram pioneiros no uso do 747 como aeronave para combate a incêndios.

Embora a Evergreen tenha fechado as portas em 2013, o legado da empresa continua através do SuperTanker, que é o maior avião de combate a incêndios já construído. O N744ST é um Boeing 747-400, fabricado em 1991 para a Japan Airlines (JAL), onde voou até 2010. Depois, foi convertido para cargueiro na versão BCF (Boeing Converted Freighter) e voou por pouco mais de um ano na Evergreen, antes de ser estocado após o fim da empresa.

Em 2016, com a criação da Global SuperTanker, o N744ST foi colocado de volta à ação, passando por modificações que permitiram que ele carregasse dois tanques com uma incrível capacidade de 75,7 mil litros de água ou retardante. O SuperTanker já realizou missões no Chile e em Israel, e é sem dúvida o Rei dos Ares no combate a incêndios.

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Imagem: Facebook / Global SuperTanker LLC.

Informações pela 10 Tanker, Air Tractor, AirTanker.org, Antonov Design Bureau, CAL Fire, Conair, FireBoss LLC, FireAviation, Global SuperTanker, OrionAerial e Neptune Aviation. 

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