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Curiosidades
VASP e o Voo 375
Escrito por
Sergio Duarte
em 11 de dezembro de 2023
Baixo
O caso que virou filme: um olhar profundo sobre um dos episódios mais impactantes da aviação brasileira, o sequestro do voo 375 da Vasp, que completou 35 anos em 29 de setembro de 2023. Este trágico incidente envolvendo um Boeing 737-300 da Vasp (PP-SNT) capturou a atenção do país quando Raimundo Nonato Alves, munido de um revólver calibre 32 e motivações pessoais, tentou transformar a aeronave em uma arma contra o Palácio do Planalto, em Brasília.
Nonato Alves, motivado por dificuldades econômicas após seu retorno do Iraque, onde trabalhou como motorista de trator, sequestrou o voo 375 com 105 pessoas a bordo. A hiperinflação e a falta de emprego levaram Nonato a responsabilizar o então presidente José Sarney por seus problemas financeiros. Armado e com mais de noventa balas na bagagem de mão, seu plano era impactante: jogar o avião contra a sede da Presidência da República.
O sequestro transcorreu entre Porto Velho e o Rio de Janeiro, com escalas em Cuiabá, Brasília e Goiânia. Foi apenas no trecho final, em direção ao Rio de Janeiro (GIG), que o sequestro foi anunciado. Nonato Alves, agindo violentamente, disparou contra a porta do cockpit, ferindo o piloto Ronaldo Dias. O comandante Fernando Murilo de Lima e Silva, após avaliar a ameaça iminente aos passageiros, permitiu o acesso ao cockpit.
Já no cockpit, Nonato Alves revelou seus planos, exigindo uma mudança de rota. O comandante, mesmo sob pressão, conseguiu inserir o código transponder 7500, indicando interferência ilícita. O Cindacta foi alertado, resultando na trágica morte do copiloto Salvador Evangelista ao tentar responder o contato.
O comandante Murilo, enfrentando o dilema de estar com pouco combustível, alertou Nonato, que ordenou a mudança de rota para São Paulo. Ao sobrevoar Goiânia, o comandante executou manobras arriscadas, incluindo um tonneau e uma bem-sucedida manobra em parafuso, resultando na queda de Nonato para fora do cockpit. Após essas manobras impressionantes, o avião da VASP pousou em segurança.
No solo, após horas de negociações e uma operação controversa da Polícia Federal, Nonato foi baleado por policiais e faleceu dias depois. O comandante Murilo foi condecorado pela Ordem do Mérito Aeronáutico, enquanto a filha do copiloto Evangelista recebeu uma indenização da Infraero. A Justiça responsabilizou a estatal por permitir o embarque do sequestrador armado.
Após o incidente, o PP-SNT continuou a voar por mais quatro anos pela Vasp antes de ser transferido para a Morris Air em 1992. Em 1994, a Southwest Airlines adquiriu a empresa. Somente em setembro de 2012, o avião aposentado foi desmontado, encerrando uma trajetória de 26 anos desde seu primeiro voo.
O VOO 375 da VASP permanece como um marco na história da aviação brasileira, ilustrando a resiliência dos profissionais envolvidos e a complexidade enfrentada em situações de emergência. O filme que retrata esse evento oferece não apenas entretenimento, mas também uma oportunidade única de compreender as nuances da engenharia aeronáutica e os desafios enfrentados por aqueles que moldam o curso da aviação.
1. Design e Desempenho: O Boeing 737-300 foi introduzido como parte da família 737 da Boeing, conhecida por sua versatilidade e eficiência. O modelo apresentou um design alongado em comparação com as variantes anteriores, permitindo uma capacidade de passageiros aumentada. Sua fuselagem foi estendida em aproximadamente 3 metros para acomodar mais assentos, proporcionando uma configuração padrão de cerca de 149 passageiros. Essa mudança no design contribuiu significativamente para a popularidade e sucesso comercial da aeronave.
2. Eficiência de Combustível: O Boeing 737-300 incorporou avanços significativos em eficiência de combustível, tornando-se uma aeronave mais econômica para operar. As melhorias no design da asa e a introdução de novos motores CFM56 contribuíram para uma maior eficiência de combustível em comparação com as versões anteriores. Essa otimização resultou em menor consumo de combustível por assento, tornando a aeronave atraente para as companhias aéreas em busca de operações mais rentáveis.
3. Atualizações Aviônicas: O Boeing 737-300 incorporou avanços significativos em termos de avionics, incorporando sistemas mais modernos e tecnologicamente avançados. A introdução de aviônicos digitais, como o sistema de gerenciamento de voo (FMS) e aprimoramentos nos sistemas de navegação, contribuiu para uma operação mais eficiente e segura. Essas atualizações também simplificaram as operações da tripulação e permitiram uma integração mais suave com as modernas infraestruturas de controle de tráfego aéreo.
4. Manobrabilidade Aprimorada: O Boeing 737-300 foi projetado com melhorias significativas na manobrabilidade em comparação com as versões anteriores. A introdução de ailerons maiores e modificações nas superfícies de controle aerodinâmicas contribuiu para uma resposta mais ágil durante manobras críticas, como curvas e mudanças de altitude. Essa manobrabilidade aprimorada não apenas melhorou a experiência de voo para os pilotos, mas também aumentou a segurança operacional da aeronave.
5. Capacidade de Alcance Aprimorada: O Boeing 737-300 apresentou um aumento notável em sua capacidade de alcance em comparação com modelos anteriores da série. Isso foi possível devido à combinação de melhorias no design aerodinâmico, eficiência dos motores e otimizações no peso da aeronave. A capacidade de voar distâncias mais longas sem comprometer o desempenho operacional tornou a aeronave mais versátil para atender a uma variedade de rotas e demandas das companhias aéreas.
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