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Creio eu que não existam pessoas que gostem da aviação que não fiquem maravilhados com as tecnologias das aeronaves militares, sejam caças, bombardeiros, aviões de reconhecimento, ou qualquer outra designação que exista. É a partir dessas aeronaves que grandes avanços são apresentados às aeronaves civis, e eventualmente à aviação geral.
Vamos trazer informações sobre aeronaves militares icônicas, seja devido à tecnologia desenvolvida através dela, ou até mesmo os feitos que tiveram durante seu tempo de operação. Fiquem à vontade para pedir informações sobre outras aeronaves que vocês tem interesse em conhecer mais!
Aproveite e veja um pequeno vídeo com o resumo desse post:
Talvez uma das maiores lendas dentre as aeronaves militares: o SR71. Desenvolvido pela Lockheed, sob a guarda da famosa divisão de desenvolvimento, a SkunkWorks, na Califórnia. Foi uma aeronave derivada de uma outra: o A-12, um avião de reconhecimento feito para a CIA (Central Intelligence Agency – Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) como substituto do avião espião U-2.
Uma espécie de Tony Stark da vida real, o engenheiro Clarence “Kelly” Jhonson foi o responsável por trazer as soluções inovadores que levaram a engenharia aeronáutica ao limite da época.
Foi construído para a Força Aérea Americana (USAF), e operou entre 1964 e 1998. A aeronave tinha tamanha capacidade de empuxo que nenhum míssil da época era capaz de alcançá-la. A aeronave ainda é detentora de diversos recordes de velocidade e altitude que até hoje não foram quebrados.
A aeronave foi projetada para voar acima de Mach 3 e com um design voltado à minimizar a seção transversal de radar (primeiros passos para a evolução da tecnologia stealth). Isso permitia a aeronave ser praticamente invulnerável aos SAM – surface-air-missile. Primeiramente devido ao tempo que os radares demoravam para travar o alvo no SR-71. Em seguida, mesmo se travados a tempo, toda a capacidade propulsiva do míssil era gasta levando-o até a altitude da aeronave (FL800 – Flight Level 800, ou 80 mil pés).
Em suma, o procedimento operacional em caso de detecção pelo radares inimigos, os pilotos dos SR-71 era acelerar e subir. Bem simples. Nem mesmo o caça russo Mig-25 (o mais rápido interceptador da União Soviética da época), era capaz de atingir a altitude de voo do SR-71.
Nunca nenhum SR-71 foi abatido.
Quase 90% da fuselagem da aeronave era feita de titânio e sua ligas. Isso era necessário pois o alumínio não seria capaz de suportar as temperaturas atingidas em voo supersônico. Partes da aeronave atingiam temperaturas superiores a 250°C.
Os painéis da fuselagem não se encaixavam totalmente com a aeronave em solo. Uma vez que a fuselagem se aquecia e se expandia, o perfeito encaixe ocorria. Devido a isso, e ao fato de não existir um sistema de vedação de combustível capaz de suportar a expansão da estrutura em altas temperaturas, a aeronave vazava combustível em solo.
Existiram três variantes do SR-71:
A sigla SR vem de strategic reconnaissance – reconhecimento estratégico.
Poucas aeronaves militares que de fato entraram em combate são capazes de rivalizar os número de combate do F-15. E considerando as modificações propostas pela Boeing para trazer o F-15 ao patamar dos caças de quinta geração, esses números não serão superados facilmente.
Essa aeronave militar fez seu primeiro voo em 1986. Armado de mísseis ar-ar capazes de serem lançados fora do alcance visual e capacidades ar-terra para adentrar em território inimigo, o F-15E é capaz de entregar pouco mais de 13 toneladas (sim, você leu corretamente) de munição de precisão.
Em 2009 a Boeing propôs uma atualização para a variante F-15E. Essa atualização incluí aprimoramentos aerodinâmicos, redução da seção transversal de radar, baia interna de armamentos e aviônica avançada.
Os motores turbofan GE F110 são capazes de gerar 29 mil libras de empuxo (cada). Dessa forma, o F-15E pode acelerar de Mach 0,8 para Mach 1,2 em menos de 25 segundos. Além disso, dependendo do peso da aeronave, a mesma é capaz de acelerar verticalmente.
Possui uma razão de subida de incríveis 50000 ftm (feet per minute – pés por minuto). Pode parecer pouco comparado a caças mais modernos. Mas vale lembrar que estamos falando de uma aeronave que mesmo com modernizações, está em uso a quase 40 anos. Além disso, uma vez um caça F-15 foi capaz de derrubar um satélite!
Um dos acidentes mais incríveis ocorreu em Israel, em 1983. Em uma operação de treinamento, um F-15 se chocou em voo com um A-4 Skyhawk e teve quase toda a asa direita destruída. Porém, uma vez que a fuselagem gera um pouco de sustentação e os motores tem empuxo de sobra, os pilotos foram capazes de pousar em segurança.
Diversas variantes do F-15 foram fabricadas:
Entretanto, vale ressaltar aqui um modelo um tanto curioso, o F-15 S/MTD (S de short-take-off and landing – pouso e decolagem curtos, e MTD de Maneuver Technology Demonstrator – demonstrador de tecnologia de manobra). Foi um F-15B convertido para ser capaz de pouso e decolagens curtas, canards e empuxo vetorado.
Provavelmente todos ficamos conhecendo essa aeronave na nossa infância (talvez seja só eu falando isso) assistindo TopGun – Ases Indomáveis. Mas existe muito mais nessa aeronave do que é mostrado no filme.
Para as aeronaves militares da época, o F-14 foi de fato uma evolução. Criado para ser o sucessor do McDonnell Douglas F-4 Phantom II, teve seu primeiro voo a quase 50 anos atrás, em 21 de Dezembro de 1970. Definitivamente o maior caça de superioridade aérea da Guerra Fria.
O F-14 foi o maior e mais pesado caça a operar em porta-aviões. E tinha uma aviônica embarcada impressionante, uma vez que seu radar era capaz de localizar até 24 alvos simultaneamente.
Dependendo da configuração das asas, a fuselagem gerava entre 40%-60% da sustentação total do F-14. Além disso, foi a única plataforma de lançamento capaz de utilizar os mísseis AIM-54 Phoenix. Não bastasse esse feito, o F-14 ainda podia carregar seis desses monstros de 1000lbs cada.
O primeiro F-14 se acidentou em seu segundo voo devido à falha por fadiga nos sistemas hidráulicos. Nem só de problemas viveu o F-14. Essa aeronave possuía motores capazes de gerar até 55 mil libras de empuxo com o uso de pós combustores. Isso acelerava o caça de Mach 0,8 até Mach 1,8 em cerca de 90 segundos!
Atualmente somente o Irã possui caças F-14 na sua frota. E talvez por conta disso, toda a frota de F-14 americana, ao realizar a última operação em Setembro de 2006, foi retirada de serviço. Exceto pelas aeronaves que estão em exposição, todas as outras foram completamente destruídas para evitar que partes pudessem ser usadas como peças de reposição para as aeronaves iranianas.
O F-14 teve as seguintes variantes produzidas:
Quer assistir ao vídeo desse artigo? Corre lá no nosso canal do youtube: https://youtu.be/sDNyB3GCdck
Fica evidente que aeronaves militares chamam a atenção. Não pela ideia da guerra, mas por toda a engenharia envolvida no desenvolvimento. Quem de nós nunca sonhou em projetar alguma aeronave militar? Comece então lendo sobre o que é necessário para projetar uma aeronave!
Fiquem ligados, essa lista vai crescer, e muito. Alguma aeronave não entrou nesse primeiro post? Avisa pra gente sobre quais vocês querem conhecer mais.
Boa leitura, bons estudos, e até a próxima!