Baixo
Nos anos 1960 tiveram início os programas Fighter Experimental (F-X) e Lightweight Fighter (LWF) que culminariam nos notórios caças F-15, F-16 e F-18 (todos operacionais até hoje em suas versões modernizadas).
Ambos programas tinham como objetivo o desenvolvimento de caças de superioridade aérea capazes de contrapor as emergentes ameaças soviéticas.
Fortemente direcionados pela teoria de “Energia-Manobrabilidade” desenvolvida pelo engenheiro, estrategista militar e piloto de caça da USAF John Boyd, os requisitos de dimensionamento foram escritos usando uma nova maneira de pensar. Até então, os requisitos de caças prescreviam o segmento de combate na missão de dimensionamento como sendo um tempo fixo, em geral entre 3-5 min, com o motor em plena pós-combustão.
Na prática, esta maneira de especificar penalizava conceitos com elevado T/W uma vez que o combustível requerido seria maior, resultando em maiores pesos de projeto e levando a uma “espiral divergente” de dimensionamento. No F-X e LWF, o segmento de combate era especificado como uma série de manobras, algumas subsônicas e outras supersônicas. Um caça mais manobrável teria a capacidade instrínseca de executar tais manobras em menor tempo, tendo um resultado favorável ao seu dimensionamento.
Esta definição da missão na forma de “tarefas” permitia dar o devido crédito aos conceitos com elevada manobrabilidade-energia. Sem tal quebra de paradigma, o F-15, F-16 e F-18 não teriam sido viabilizados.
Este caso ilustra a importância da captura de requisitos e direcionadores de projeto que sejam relevantes e rastreáveis às necessidades operacionais do cliente.
Fontes: Neufeld, “The F-15 Eagle: Origins and Development 1964-1972” (1974); Aronstein & Piccirilo, “The Lightweight Fighter Program: A Successful Approach to Fighter Technology Transition” (1996)
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