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Seguindo a promessa feita no post anterior dessa série, temos aqui mais algumas aeronaves militares icônicas. Hoje temos alguns caças que fizeram e ainda fazem história. Enfim, continuem à vontade para pedir informações sobre outras aeronaves que vocês tem interesse em conhecer mais!
Uma aeronave militar criada com um propósito de ser o melhor suporte aéreo para as tropas terrestres. Entretanto, o mais interessante, é de onde surgiu esse propósito.
Primeiramente, antes de falar do A-10, temos que falar de uma “pequena” parte que o compõe. O motivo real dessa aeronave existir: a metralhadora General Electric GAU-8/A Avenger. A foto abaixo ilustra o singelo canhão de quase 6 metros de comprimento e mais de 250kg.
Uma piada de engenheiros aeronáuticos ao ver essa arma: os primeiros disseram “vamos instalar essa arma em um avião”. Outros mais perspicazes responderam: “Vamos fazer um avião ao redor dessa arma”.
Piadas a parte, foi de fato o que aconteceu. Os engenheiros da Fairchild Republic, projetaram uma aeronave com excelentes qualidades para voo em baixa altitude e baixa velocidade, e capaz de atirar até 70 tiros por segundo (sim, 4200 tiros por minuto). Só um adendo: o “cartucho” de munição comporta apenas 1174 projéteis. Dessa forma, os pilotos seguram o gatilho por 1 ou dois segundos apenas, por alvo.
Sendo uma aeronave de suporte à tropas, eventualmente a mesma vai ficar sujeita a artilharia anti-aérea. O projeto dessa aeronave militar incluiu o que ficou conhecido como “banheira de titânio”. As chapas da fuselagem não são estruturais, e portanto, danos a ela não comprometem a integridade da fuselagem.
O cockpit e os comandos de voo são altamente protegidos por 12.000lbs de uma armadura de titânio.
O A-10 foi projetado para voar monomotor, com metade do profundor, uma cauda, e uma semi asa. Uma espécie de tanque de guerra voador.
A baixa pressão dos pneus, a localização do trem de pouso e a posição dos motores permitem o A-10 operar em praticamente qualquer tipo de pista. E mesmo em caso de pouso sem o trem de pouso baixo, o design ainda contribuiu para minimizar os danos na aeronave.
Prova de que a aeronave foi projetada envolta do General Electric GAU-8/A Avenger, é que a arma está no eixo longitudinal de simetria da aeronave, e o trem de pouso dianteiro, deslocado para a direita.
Durante a Guerra do Golfo, o A-10 foi utilizado pela primeira vez em combate real. Mais de 300 mil projéteis foram disparados pelos canhões GAU-8/A Avenger. E apesar do perigo dessas missões, somente uma aeronave foi abatida.
As principais variantes do Thunderbolt são:
Se as peças do tabuleiro de xadrez fossem aeronaves, o caça F-16 seria o cavalo. E por muitos pilotos da força aérea americana ele é assim conhecido: o cavalo de batalha.
O projeto dessa aeronave militar tem mais de 40 anos de idade. Seu protótipo, o YF-16 fez seu voo inaugural em Fevereiro de 1974, na base aérea de Edwards, Califórnia.
Alguns pontos chave do projeto do F-16 incluem o canopy em formato de bolha para melhor visibilidade, side-stick (manche lateral) pra facilitar o controle da aeronave durante manobras de alto fator de carga. Do mesmo modo, o assento possui inclinação de 30 graus para reduzir os efeitos da força G no piloto.
É aeronave utilizada pelo esquadrão de demonstração aérea americano desde meados dos anos 1980, os Thunderbirds.
Foi a primeira aeronave a utilizar comandos fly-by-wire do seu tipo, de tal forma que o projeto considerava uma estabilidade estática mais “relaxada”, e os sistemas de comando de voo fly-by-wire mantinham a aeronave altamente manobrável, e mantendo a mesma sob o controle do piloto.
Muitos pilotos se referem aos caças F-16 como “Viper”, devido à sua semelhança com a cabeça de uma cobra. Mais de 4500 aeronaves desse modelo foram construídas.
Os caças F-16’s foram as primeiras aeronaves projetadas para manobras “puxando” 9-G’s, e utilizava o modelo matemático para modelar sua performance em combate: a teoria da energia-manobrabilidade.
É uma aeronave relativamente fácil de se trabalhar, afinal 80% dos painéis de acesso podem ser alcançados sem a ajuda de uma escada ou estante.
As asas possuem camber variável que é automaticamente controlado pelo sistema fly-by-wire, e dessa maneira tem-se um aumento significativo da manobrabilidade em condições de voo variadas.
Os modelos do caça F-16 são descritos aumentando nos chamados “Block Numbers” para especificar as melhorias de cada versão:
Primeiramente, vale ressaltar que é de longe o caça mais avançado produzido até hoje para a força aérea americana. Os caças F-22 são projetados à frente do seu tempo, fabricada pela Lockheed Martim e Boeing.
A aeronave foi criada com o propósito de ser o novo caça de superioridade aérea americana. Entretanto, os altos custos de desenvolvimento, limitações de exportação, e outros pormenores acabaram por encerrar a produção do Raptor. Dessa forma, a força aérea americana possui hoje um total de 187 aeronaves militares F-22 em serviço. A última foi entregue em 2012.
Antes de mais nada, possui um custo de operação em torno dos U$60.000 (sim, sessenta mil dólares, por hora). O F-22 é um caça de superioridade aérea de quinta geração, com capacidades stealth e supercruise (vamos explicar isso mais adiante). Apesar de ter sido projetado no início dos anos 1990, somente em 2014 a aeronave teve seu batismo de fogo em um ataque na Síria.
Por outro lado, possui uma taxa de sucesso em combate de 108:0, quando colocado em combate com aeronaves como o F-15. Essa estatística foi obtida em exercícios de guerra em Northern Edge, em 2006. Mas o que isso significa? Comparando os números do F-15 quando colocados em aeronaves significativamente menos sofisticadas, os números são de 15:1. Impressionante? Sim. Entretanto não há registros de combates entre o F-22 e outros caças de quinta geração.
Uma das poucas aeronaves capazes do chamado supercruise: manter velocidades supersônicas de até Mach 1,7 sem o uso de pós-combustores.
Stealth? Sim. Invisível? Nem tanto. A terminologia stealth é utilizada para aeronaves “invisíveis ao radar”. Na prática, significa que a assinatura de radar, ou seção transversal de radar (RCS), é muito pequena. Em 2009 a Lockheed liberou um documento contendo informações que a aeronave, em alguns ângulos e posições, possui um RCS de 0,0001m². Significaria dizer que aos olhos de um operador de radar, o F-22 não passaria de uma mosca no céu.
Similar à algumas aeronaves russas, o caça F-22 utiliza empuxo vetorado. Entretanto, essa vetoração é somente em duas direções. Permitindo assim também uma manobrabilidade muito acima da média.
O protótipo concorrente, os caças YF-23 eram mais velozes e com um RCS menor (maior capacidade stealth), mas o YF-22 era mais manobrável. E foi esse um dos motivos da sua escolha.
Era de se esperar que não fossem muitas, dado o elevado custo do programa:
De fato todas essas aeronaves são incríveis. Mas existe todo um universo de engenharia por trás disso, incluindo alguns temas pouco conhecidos como HIRF, Lightning, Safety Assessment. E então? Conhece do assunto? Se sente preparado? Não se preocupe. Leia nossos outros posts e fique imerso no incrível mundo da engenharia aeronáutica.
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Continuem ligados que a lista está longe de terminar. Alguma aeronave não entrou nessa lista ainda? Avisa pra gente sobre quais vocês querem conhecer mais.